terça-feira, 12 de abril de 2016

De ti!



De ti!

Tal qual poema livre em grandes palmeiras, coqueirais e seus cabelos negros, revoltos e sensíveis pediam um toque, uma mão carinhosa e as minhas as escolhidas. Mãos de homem em contato com seu ser, com sua mais profunda necessidade de carinho e meninice.

Dos passos que demos e que não percebestes, ritmados e em harmonia, as palavras sendo ditas de maneira mansa, compreendida, cheias, cheias de vida e olhares escuros e de mel se entredizendo, como se não bastasse seu sorriso e seus lábios.

Na mais gostosa chuva fina, cálida, refrescante...caminhamos, idealizamos símbolos, abrimos comportas, deixamos fluir tamanha calma e imensa ternura, como dois amantes calmos que se querem com ternura, que não atenua ou disfarça o desejo nem de um nem do outro, simplesmente apazigua o fogo do querer rápido e que foi tão bom.

Não havia tanto sol, mas, para quê afinal? Se dois seres celestes transitavam pela orla da praia, Lua e Marte de mãos dadas, um ensinando o outro a arte do querer, do amar e do ser pleno mesmo que ainda semente, mas, semente dura de vontade, consistente de amor. 

Que seja eterno, sempre, porque para a Lua será, em constante mutação enquanto Marte espera pelas suas fases e ama devagar, quase que dançando ao seu próprio luar e gosta, gosta disso como se fosse sua salvação. A sua grande mão chegou, a mão mais afagante, mais carinhosa, a que toca os lábios nunca em vão...a que sabe onde o caminho começa e termina.

De ti, lembranças se acumulam, dos olhos escuros, do sorriso claro, dos cabelos negros e rebeldes que cismam em ficar pra cima, emoldurando sonhos que dançam entre si.

Tu és Marte, sua Lua te espera mesmo na minguante, se permite na cheia, se entrega na crescente e nunca morrerá porque será sempre nova.

De ti, somente a voz me permite te lembrar, somente a lembrança da voz, da voz, e dos beijos, e dos xeros, e dos toques, e do amanhecer e do dançar apegado a mim. Pura decisão de enfiar tua língua na minha boca, e de caminhar de mãos dadas, de ser puxado para o centro, de ser tão teu que como nunca foi a Lua de outro alguém. 

De ti, só de ti!

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