sexta-feira, 27 de março de 2015

Sabedoria Oriental!!!


O dia começa pra ele muito centrado, como se nada  pudesse perturba-lo naquele estado de um pouco de alegria, uma sensação de quase tudo bem, se bem que interiormente ele se sentia assim, não havia motivo nenhum para que o que quer fosse deveria ser bom. Seria um dia com muitos compromissos, muito chuvoso e gostoso, imprevisivelmente esse sentimento até o preenchia e novamente pensava em si, ultimamente só pensava em si...estava se acostumando a não pensar em outras pessoas e ia se tornando mais egoísta e menos sábio. Nesse começo de dia tão vagaroso, se encontrou disposto a fazer muitas coisas, muitas, de sair e passear após o trabalho, de possuir seu tempo e fazer dele algo muito mais do que as horas que passam, ainda não tinha tempo de contemplar as montanhas, não conseguia ir sozinho aos lugares desejáveis que seu amigo japonês insistia em demonstrar, sábio homem, deve ter herdado dos seus ancestrais.

Sempre favorecido pela tormentosa alma, se é que isso pode se chamar de bom, já que naquele estado sempre ficava mais angustiado do que o normal. Mas, esse dia não... estava bem e solitário, sozinho, consigo mesmo, compenetrado naquilo que queria, talvez tenha sido um daqueles dias em que a mente esmorece e alma aparece como uma simples toalha de renda e não uma teia de aranha estragada após a nossa pisada.

Como tomada de decisão iria sair para o trabalho olhando as pessoas devagar, caminhando mais devagar ou dirigindo mais devagar, como se os pés caminhassem em passos bem curtinhos ou o carro em uma marcha só.

Ouvindo a chuva cair do seu quarto emprestado, da sua mesa emprestada e da sua cama emprestada e dura, optou por não se envolver em nada nesse dia, como se a neutralidade o trouxesse de novo para um paraíso inconstante que ele mesmo não sabia sequer como era, e portanto uma necessidade que seria incompleta já que desconhecida. E foi iniciar o dia com esse vazio que o perturbava e ao mesmo tempo o preenchia. Por acaso seria um desses dias em que o corpo vaga, a mente sugere e a alma descarta. Não sei bem como explicar, só sei que ele chegou, foi distraído e ao final  não percebeu que o dia acabou. E sem que tomasse conta de si, finalizou as suas contas, suas emoções dobradas no sofá junto as suas roupas, queria ter estado com seu possível amigo japonês, aquele que consegue olhar montanhas, nuvens, e o dia, ah como ele foi tangível, incrivelmente existente para quem só sente e foi completo, incerto e decisivo.

Na sempre busca de sua paz, equilíbrio e menor torpor, se deparou com uma incrível conclusão, só viveu...viveu como deve viver todo mundo, talvez como um animal instintivo que tenha um pouco da sensibilidade do homem, sem a necessidade de esperar que o dia anoiteça ou a noite amanheça como se esse duro ciclo não durasse mais do que um hoje.

Ainda havia algo incompleto, estava seco, sem música, sem desenhos e sem palavras, foi buscar suas coisas e completou sua vontade escrevendo uma musica desenhada de letras e figuras distorcidas que o fazia se sentir bem.

Esqueceu do hoje, não pressentiu o amanhã, e o ontem foi embora como se nunca tivesse existido.

1 Comentários:

Às 10 de março de 2015 às 18:25 , Blogger Sydméia disse...

Pelo avesso!! Simples assim! Adorei! Lindo!!

 

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