Sabedoria Oriental!!!
O dia começa pra ele muito centrado,
como se nada pudesse perturba-lo naquele
estado de um pouco de alegria, uma sensação de quase tudo bem, se bem que
interiormente ele se sentia assim, não havia motivo nenhum para que o que quer
fosse deveria ser bom. Seria um dia com muitos compromissos, muito chuvoso e
gostoso, imprevisivelmente esse sentimento até o preenchia e novamente pensava em si,
ultimamente só pensava em si...estava se acostumando a não pensar em outras
pessoas e ia se tornando mais egoísta e menos sábio. Nesse começo de dia tão
vagaroso, se encontrou disposto a fazer muitas coisas, muitas, de sair e
passear após o trabalho, de possuir seu tempo e fazer dele algo muito mais do
que as horas que passam, ainda não tinha tempo de contemplar as montanhas, não
conseguia ir sozinho aos lugares desejáveis que seu amigo japonês insistia em
demonstrar, sábio homem, deve ter herdado dos seus ancestrais.
Sempre favorecido pela tormentosa
alma, se é que isso pode se chamar de bom, já que naquele estado sempre ficava
mais angustiado do que o normal. Mas, esse dia não... estava bem e solitário,
sozinho, consigo mesmo, compenetrado naquilo que queria, talvez tenha sido um
daqueles dias em que a mente esmorece e alma aparece como uma simples toalha de
renda e não uma teia de aranha estragada após a nossa pisada.
Como tomada de decisão iria sair
para o trabalho olhando as pessoas devagar, caminhando mais devagar ou
dirigindo mais devagar, como se os pés caminhassem em passos bem curtinhos ou o
carro em uma marcha só.
Ouvindo a chuva cair do seu
quarto emprestado, da sua mesa emprestada e da sua cama emprestada e dura,
optou por não se envolver em nada nesse dia, como se a neutralidade o trouxesse
de novo para um paraíso inconstante que ele mesmo não sabia sequer como era, e
portanto uma necessidade que seria incompleta já que desconhecida. E foi
iniciar o dia com esse vazio que o perturbava e ao mesmo tempo o preenchia. Por
acaso seria um desses dias em que o corpo vaga, a mente sugere e a alma
descarta. Não sei bem como explicar, só sei que ele chegou, foi distraído e ao
final não percebeu que o dia acabou. E
sem que tomasse conta de si, finalizou as suas contas, suas emoções dobradas no
sofá junto as suas roupas, queria ter estado com seu possível amigo japonês,
aquele que consegue olhar montanhas, nuvens, e o dia, ah como ele foi tangível,
incrivelmente existente para quem só sente e foi completo, incerto e decisivo.
Na sempre busca de sua paz,
equilíbrio e menor torpor, se deparou com uma incrível conclusão, só
viveu...viveu como deve viver todo mundo, talvez como um animal instintivo que
tenha um pouco da sensibilidade do homem, sem a necessidade de esperar que o
dia anoiteça ou a noite amanheça como se esse duro ciclo não durasse mais do
que um hoje.
Ainda havia algo incompleto,
estava seco, sem música, sem desenhos e sem palavras, foi buscar suas coisas e
completou sua vontade escrevendo uma musica desenhada de letras e figuras
distorcidas que o fazia se sentir bem.
Esqueceu do hoje, não pressentiu
o amanhã, e o ontem foi embora como se nunca tivesse existido.
1 Comentários:
Pelo avesso!! Simples assim! Adorei! Lindo!!
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