Desculpe o transtorno! Estou em obra...
Desculpe o transtorno! Estou em obra...
Obra sem fim, obra sem mim...um desafio perpetuo de
construir e destruir o caminho, o muro, a escada ou a janela.
Poderia ser a obra de uma pedra só ou de uma muralha
chinesa, que gentileza ser como sou.
Essa obra inadiável adiada, odiada e amada por mim,
como se nada representasse para os outros. Um símbolo arcaico da mesma obra que
não te definiu.
Olho por meio da única possibilidade que deixastes ao construtor perceber, aquela
nesga de luz esbranquiçada ou pálida, como se fosse um cadafalso profundo.
Nada
no mundo se parece com isso, construí um redemoinho, um buraco de Alice e sem
permissão de abrir.
E a cada escalpelada que dou nessa obra de mim mesmo,
percebo a forma de areia do qual sou feito.
Feio, lindo, obstruo minha visão com meus olhos claros e
paro...
No mesmo segundo que claro como meus olhos meus pensamentos
não fluem, e não se reproduzem sem mim.
Então me atiro da minha obra, daquela única pedra, da
muralha ou da janela e parto devagar, ou caio devagar, ou saio devagar desse
mesmo transtorno que meu trajeto insiste em traçar de uma obra inacabada, de
uma ruela forçada, de uma presença distante e que olha por mim.
3 Comentários:
Amigo poeta, que lindo!!!
Seus escritos são de uma profunda reflexão, onde os seus escritos refletem reflexos de muitos. Fascinante redigir.
Bjsssss
Caro amigo, grande alegria tive hoje ao reencontrá-lo, tu que me conheceste Qdo ainda eu estava formando as bases da minha construção. Li o seu texto, achei muito bom e cheio de inquietudes, os elementos e figuras são muitos, vc nos dá material para longas horas de reflexão.
Lindo, profundo, sensível... Amei.
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