Eu vi um menino correndo!
Eu estava ouvindo essa música
cantada por Gal, ouço desde rapaz e acho uma música cheia de simbolismo e vida,
de esperança me parece.
Toda as vezes que se repete a estrada
sob o sol eu me imagino nessa estrada, solitário, olhando bem lá longe no
horizonte a poeira cantada, longa essa estrada e a poeira não parece baixar
nunca.
Me enternece me imaginar o menino
correndo, olhando o tempo, brincando ao redor dos caminhos, eu vejo outros
meninos ali, como eu...eu te vejo, eu te vejo.
E hoje tantos anos, a distância
do tempo, do espaço e da já enorme saudade me movimenta, me areja, a poeira já
começou a baixar, a boca ainda está seca, o menino talvez dorme.
Dorme um sono profundo, pisado,
ainda esperando ser revelado...doído. Uma tênue linha de vida ainda reluz e
nesse laço eu vou me amarrando, no abstrato, no mais concreto objeto do amor
que alguém pode se equilibrar, não, não despenco ribanceira abaixo como nos
outros tempos, agora eu já me equilibrei e as palavras ditas, mal ditas, e
imperfeitas já se foram na poeira.
Um olhar sobre o outro, que
sofre, que chora, que ri, que dança nu na chuva, na luz que irradia por si,
pelo sorriso, pelo deboche, pela beleza de si como ser ainda em formação de
carne, mas, completo em espírito. Esse eu amo!
Podem romper a barreira de lodos,
que eu criei asas e tudo pra mim será somente como uma flor de lótus, que no
meio do pântano, da lama floresce. Sou ainda coragem e sou ainda metade porque
não cheguei ainda a ti, mas, será assim uma eterna inspiração para alegria,
para a loucura e para a fortaleza que sobe de nós.
Eu também ouço as estrofes e
repito, eu canto e mesmo rouco eu ainda consigo atingir a maior nota, a do
suspiro, a do respiro e coloco meu peito para arder. Seja lá o que tiver nessa
fogueira, e isso pouco importa porque já me atirei.
Nas artes em geral, posso
esculpir com a luz do Sol, posso pintar a poeira, posso tingir a estrada com a
cor e com a tinta que eu quiser, e só eu saberei as cores que irei usar, te
copiando!
Posso tingir também todas as
estrelas de purpurina, por que não?
E esse menino de lá, da música,
da estrada, continuará crescendo ou não...deixe o tempo saber.
E os dois meninos irão pela estrada, na
distância da idade, somente o amor pode igualar!
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