sexta-feira, 1 de abril de 2016

Eu vi um menino correndo!



Eu estava ouvindo essa música cantada por Gal, ouço desde rapaz e acho uma música cheia de simbolismo e vida, de esperança me parece.


Toda as vezes que se repete a estrada sob o sol eu me imagino nessa estrada, solitário, olhando bem lá longe no horizonte a poeira cantada, longa essa estrada e a poeira não parece baixar nunca.


Me enternece me imaginar o menino correndo, olhando o tempo, brincando ao redor dos caminhos, eu vejo outros meninos ali, como eu...eu te vejo, eu te vejo.


E hoje tantos anos, a distância do tempo, do espaço e da já enorme saudade me movimenta, me areja, a poeira já começou a baixar, a boca ainda está seca, o menino talvez dorme.


Dorme um sono profundo, pisado, ainda esperando ser revelado...doído. Uma tênue linha de vida ainda reluz e nesse laço eu vou me amarrando, no abstrato, no mais concreto objeto do amor que alguém pode se equilibrar, não, não despenco ribanceira abaixo como nos outros tempos, agora eu já me equilibrei e as palavras ditas, mal ditas, e imperfeitas já se foram na poeira.


Um olhar sobre o outro, que sofre, que chora, que ri, que dança nu na chuva, na luz que irradia por si, pelo sorriso, pelo deboche, pela beleza de si como ser ainda em formação de carne, mas, completo em espírito. Esse eu amo!


Podem romper a barreira de lodos, que eu criei asas e tudo pra mim será somente como uma flor de lótus, que no meio do pântano, da lama floresce. Sou ainda coragem e sou ainda metade porque não cheguei ainda a ti, mas, será assim uma eterna inspiração para alegria, para a loucura e para a fortaleza que sobe de nós.


Eu também ouço as estrofes e repito, eu canto e mesmo rouco eu ainda consigo atingir a maior nota, a do suspiro, a do respiro e coloco meu peito para arder. Seja lá o que tiver nessa fogueira, e isso pouco importa porque já me atirei.

Nas artes em geral, posso esculpir com a luz do Sol, posso pintar a poeira, posso tingir a estrada com a cor e com a tinta que eu quiser, e só eu saberei as cores que irei usar, te copiando!


Posso tingir também todas as estrelas de purpurina, por que não?

E esse menino de lá, da música, da estrada, continuará crescendo ou não...deixe o tempo saber.


E  os dois meninos irão pela estrada, na distância da idade, somente o amor pode igualar!

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial