terça-feira, 17 de junho de 2014

Rasguei o céu e tudo está em demasia!



Meu melhor está por vir, em uma sequencia de erros e acertos, atropelos e escuridão. Mas, não pensem que a leveza não faz parte de mim, sim, ela está lá acordada com suas plumas eriçadas prontas para voar.

O que me impede? Uma pesada pedra amarrada a um dos meus pés, pedra essa que estou quebrando aos poucos até me libertar completamente. Imagino tocar o sol e rasgar o céu, com o olhar de Deus a me admirar pela ousadia de meter a mão naquilo que é presente Dele.

Enquanto debulho a pedra, mastigo hóstias de sangue ou de vinho, de pão ou de carne. Misturo tudo e numa mistura de cores e dores a gente vai se esvaindo aos poucos. Juro, a sensação de vazio é algo que me perturba e que a simplicidade minha companheira ainda não deixou de lado a loucura desse querer infinito e insaciável que nos leva à angustia.

Nosso mundo pervertido de tantas escolhas, nos encolhe e não nos recolhe em braços calorosos, pelo contrário, nos atira a cada dia mais numa necessidade angustiante de tudo querer, de tudo saber e de tudo imaginar.

Nossa mente está poluída, carregada de pensamentos absurdamente rápidos e improfícuos, resultado da massa constante que rola como tal bola de neve fosse. Uma avalanche sentimental nos derruba e aí vamos ao fundo da neve branca sem nada enxergar.

Estamos a cada dia mais próximos e mais distantes, nada separa mais um do outro hoje do que o muro do individualismo.

Nossa vida se tornou algo tão mais complexo com a busca incessante de prazer que sim, eu peço perdão a Deus...rasguei o céu e deixei cair as estrelas quando ainda era dia de um lindo amanhecer.

Por portas desconhecidas, por luzes mal refletidas e por caminhos que a gente não sabe percorrer nos perdemos.

Achar que tudo isso faz parte da nossa vida é um sopro de sabedoria e arregaçar o peito e as mangas e seguir em frente, batalha por batalha, pedra por pedra e cada riso, sorriso...viver.

Um resumo da vida nesse vai e vem que procura assimilar força com fraqueza, ganhos e perdas, luz e sombra...vida e morte.

Espero transformar a pedra que me prende ao chão em um pedaço do penhasco de onde irei saltar e finalmente voar para além da necessidade de ser inteiro, completo e perfeito.

Irei vestido do sentimento mais puro que existe...o de ser eu mesmo.

1 Comentários:

Às 22 de junho de 2014 às 13:17 , Blogger Unknown disse...

Como disse antes....Bendita turbulência que passaste... É um dos textos mais lindos que já li... Isso é uma "transmutação" de sentimentos e emoções...Descoberta rara do que já existia com valores mínimos ....E hoje tão caros....Parabéns ! Adorei!

 

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